Se eu me aposentar, eu perco a pensão por morte? Entenda as regras e quando vale a pena planejar.
- Dra. Fernanda Baborsa

- 9 de set.
- 2 min de leitura
Muitas pessoas têm essa dúvida. Afinal, com a Reforma da Previdência (Emenda Constitucional 103/2019), a qual ocorreu em 13/11/2019, houve mudanças importantes não apenas na possibilidade de acumular benefícios, mas também no cálculo da pensão por morte, impactando diretamente a vida financeira da família.
Mais do que nunca, é essencial entender as regras e, principalmente, realizar um planejamento previdenciário para avaliar, de forma segura, se a acumulação de benefícios realmente compensa e qual será o impacto na sua renda.
O que a lei diz sobre acumular benefícios?
A Lei de benefícios da previdência social, nº 8.213/91, em seu art. 124, já estabelecia restrições, vedando a acumulação de mais de uma pensão por cônjuge ou companheiro no mesmo regime de previdência, com direito apenas de optar pela mais vantajosa.
Com a Reforma da Previdência, as regras ficaram mais detalhadas. O art. 24 da EC 103/2019 prevê:
Não é permitido acumular duas pensões deixadas por cônjuge ou companheiro no mesmo regime;
É permitido acumular:
Pensão em um regime de previdência com aposentadoria em outro (RGPS e RPPS, por exemplo);
Pensão por morte + aposentadoria dentro do mesmo regime;
Pensão militar + aposentadoria civil.
Como funciona o cálculo após a Reforma da Previdência?
Antes, quem tinha direito acumulava os dois benefícios integralmente.
Hoje, o segurado irá receber:
100% do benefício de maior valor;
Uma parte proporcional do segundo benefício, calculada em faixas:
60% do valor que exceder 1 salário-mínimo até o limite de 2 salários-mínimos;
40% do valor que exceder 2 até o limite de 3 salários-mínimos;
20% do valor que exceder 3 até o limite de 4 salários-mínimos;
10% do valor que exceder 4 salários-mínimos.
➡️Conclusão: Fique atento às regras! Vale a pena se planejar!
Sim, é possível acumular pensão por morte e aposentadoria, mas não em qualquer situação e não da mesma forma que antes da Reforma da Previdência.
Entender essas regras é fundamental para evitar perdas financeiras e garantir a melhor estratégia para receber pensão e aposentadoria.
Cada situação é única. O valor a ser recebido depende:
Do regime previdenciário envolvido;
Da data em que o direito foi adquirido;
Da forma de cálculo aplicada pelo INSS.
Por isso, um planejamento previdenciário pode fazer toda a diferença. Ele ajuda a avaliar qual benefício deve ser priorizado, como ficam as regras de acumulação e qual será o impacto financeiro. A orientação de um advogado previdenciarista é fundamental para garantir os seus direitos e evitar prejuízos.

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